CIF e Reabilitação Neuropsicológica: a saúde como sinônimo de funcionalidade

Você sabe qual é o sinônimo de saúde?

Se você responder dizendo que é não ter nenhuma doença, saiba que você está enganado.

A saúde é sinônimo de funcionalidade e hoje nós te explicamos o porquê!

Essa história começa com a Classificação Internacional de Doença (CID) e muda com a Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde, a famosa CIF!

Venha conosco!

Como tudo começou

Em 1893 foi publicada a primeira versão da Classificação Internacional de Doença (CID), pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

O documento, que era e ainda é um guia utilizado em todo o mundo, chegou trazendo os códigos das doenças até então conhecidas.

Foi assim que nasceu o conceito de que ter saúde era não ter doença, era não ter e/ou não se encaixar em nenhum código da CID.

Isso durou por quase 100 anos, até que nos anos 1980, a OMS iniciou o deslocamento desse conceito.

A chegada da CIF

Em 1980 foi publicada a versão experimental da Classificação Internacional das Deficiências, Incapacidades e Desvantagens (ICIDH).

Ela passou por um profundo processo de revisão e então se tornou a Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde, conhecida como CIF, que teve sua primeira publicação em 2001.

Foi com ela que o conceito de saúde mudou!

Com a CIF, a saúde deixou de ser a ausência de doença e passou a ser o sinônimo de funcionalidade.

Para a CIF, a funcionalidade é o acesso e a condição que uma pessoa e/ou população têm de desempenhar suas atividades, ou seja, é o que ela consegue fazer apesar de qualquer doença que se manifeste com deficiências, incapacidades ou quaisquer limitações.

Exemplo disso é que a CIF mede a atividade e a participação em dois qualificadores, que são a capacidade e o desempenho, o que significa que uma capacidade reduzida, seja ela física, emocional, cognitiva ou contextual, pode ser compensada por um desempenho aumentado, ou seja, com funcionalidade.

O novo conceito revelado pela CIF é de importância mundial, sendo a CIF considerada pela OMS como uma classificação de múltiplas finalidades, incluindo saúde, educação e política social.

Ela também foi aceita pelas Nações Unidas como uma de suas classificações sociais, utilizada como referência para definição de legislações nacionais e internacionais sobre os direitos humanos.

A CIF na Reabilitação Neuropsicológica

A Reabilitação Neuropsicológica busca reencontrar a funcionalidade do paciente que foi acometido por alguma lesão encefálica adquirida ou algum transtorno psiquiátrico.

Nessa busca pela funcionalidade, ela encontra a CIF!

A Classificação Internacional de Funcionalidade (CIF) tem mais de 1400 itens, que são agrupados em Core Sets, que são categorias relacionadas a condições de saúde específicas.

Esses Core Sets formam um processo cientificamente estruturado que deve ser seguido pelo reabilitador.

Dessa forma, existem Core Sets próprios para a depressão, para a esquizofrenia, para o transtorno bipolar e para uma infinidade de condições, guiando o profissional da Reabilitação Neuropsicológica para a consideração de todos os aspectos relevantes em busca de uma proposição de intervenção eficaz.

Sendo assim, a CIF e seus Core Sets são, para a Reabilitação Neuropsicológica, como uma bússola, com recursos para que o reabilitador trabalhe a capacidade e o desempenho de seu paciente em busca de uma vida funcional, portanto, saudável.

Quais profissionais podem usar a CIF?

A Classificação Internacional de Funcionalidade (CIF) não tem restrições profissionais, portanto, seu uso envolve os trabalhadores de diversas áreas.

A Reabilitação Neuropsicológica, que é o nosso foco, é um campo multidisciplinar, que passa por diferentes profissionais atuando sempre à luz do seu conhecimento específico para a reabilitação do paciente. Assim eles também devem trabalhar com a CIF.

O psicólogo, por exemplo, pode usar a CIF para mensurar de forma objetiva o impacto do comprometimento emocional do seu paciente nos contextos onde ela está inserido.

O terapeuta ocupacional, cujo domínio é a função da pessoa em seus papéis ocupacionais, usa a CIF para entender como ela desempenha suas atividades e participação e a influência dos fatores ambientais no seu desempenho ocupacional.  

O psiquiatra, por sua vez, usa a CIF para a avaliação neuropsiquiátrica, e assim por diante, com fonoaudiólogos, fisioterapeutas, preparadores físicos, profissionais da Educação e muitos outros atores envolvidos.

Aprenda com a Nexus

Para aprender como usar a CIF a favor do seu paciente na atuação clínica, faça o curso “APLICAÇÃO DOS CORE SETS DA CLASSIFICAÇÃO INTERNACIONAL DE FUNCIONALIDADE (CIF) NA REABILITAÇÃO NEUROPSICOLÓGICA”, da Nexus.

O curso é criado e ministrado pela Dra. Fabricia Loschiavo, que também é a autora do manual de mesmo nome.

Fabricia Loschiavo é terapeuta ocupacional e especialista em Neuropsicologia. Com mestrado e doutorado em Neurociências, tem formação em Reabilitação Neuropsicológica pelo Oliver Zangwill Centre, no Reino Unido.

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